À MARGEM DO RIO EUFRATES - CRÔNICAS
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EM BAGDAD, À PROCURA DE VACINA
Logo depois que tivemos que devolver o nosso cão –ainda filhote- ao deserto, por determinação administrativa, sentimos na própria pele o problema que a presença de cães no Acampamento por certo provocaria.
Certa tarde, a minha filha Tarcila, com 6 anos, brincando com
a irmã, Samira, voltavam do colégio para casa, ali perto, quando avistaram três cachorros
(dois machos e uma fêmea) deitados à sombra de um Porta-kamp (container). Mesmo
atentando para o perigo e mantendo certa distância, foram atacadas por dois deles, resultando em
duas mordidas na perna da Tarcila.
Houve muito estresse na tentativa de me localizarem na frente
de serviço (ainda não havia telefonia celular) e também de encontrar urgente um
intérprete para nos acompanhar à Bagdad, à procura de um hospital que tivesse
vacina anti rábica.
Uma epopeia, pois tivemos que rodar muito no trânsito caótico
da cidade, até localizar o hospital
adequado, e que se dispusesse a aplicar a vacina. Isso sem contar, mesmo com o
intérprete, com os problemas de
comunicação. Muita paciência e muita conversa para convencer o doctor, o que finalmente foi conseguido.
O atendimento público era precário e com
muita gente nas filas. Como diz o Ancelmo Góis (No O Globo): Deve ser horrível viver num país...
Vocês sabem, né...?
Inda tivemos que retornar ao hospital por mais cinco vezes para completar a série
de vacinas necessária.
E dar as mãos à palmatória para a administração da obra por
ter proibido a presença de cães no Acampamento
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