domingo, 30 de junho de 2013


À MARGEM DO RIO EUFRATES - CRÔNICAS

-13-


EM BAGDAD, À  PROCURA DE VACINA



Logo depois que tivemos que devolver o nosso cão –ainda filhote- ao deserto, por determinação administrativa, sentimos na própria pele o problema que  a presença de cães no Acampamento por certo provocaria.

Certa tarde, a minha filha Tarcila, com 6 anos, brincando com a irmã, Samira,  voltavam do colégio para casa, ali perto, quando avistaram três cachorros (dois machos e uma fêmea) deitados à sombra de um Porta-kamp (container).  Mesmo atentando para o perigo e mantendo certa distância,  foram atacadas por dois deles, resultando em duas mordidas na perna da Tarcila. 

Houve muito estresse na tentativa de me localizarem na frente de serviço (ainda não havia telefonia celular) e também de encontrar urgente um intérprete para nos acompanhar à Bagdad, à procura de um hospital que tivesse vacina anti rábica.

Uma epopeia, pois tivemos que rodar muito no trânsito caótico da cidade,  até localizar o hospital adequado, e que se dispusesse a aplicar a vacina. Isso sem contar, mesmo com o intérprete,  com os problemas de comunicação. Muita paciência e muita conversa para convencer o doctor, o que finalmente foi conseguido. O atendimento público  era precário e com muita gente nas filas. Como diz o Ancelmo Góis (No O Globo): Deve ser horrível  viver num país... 
Vocês sabem, né...?

Inda tivemos que retornar ao hospital  por mais cinco vezes para completar a série de  vacinas necessária.

E dar as mãos à palmatória para a administração da obra por ter proibido a presença de cães no Acampamento
                                                           

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