À MARGEM DO RIO
EUFRATES - CRÔNICAS
-09-
RAMADI
Pertencente à província de Al Anbar,
Ramadi dista cerca de 70 kms do Acampamento Central (Km 215) que, na ocasião, estava em fase de obras. Era uma cidade de médio porte, talvez 200 mil
habitantes. Lá ficava o escritório de apoio e também a república
que hospedava funcionários brasileiros de níveis superior e técnico. A maioria aguardando o final de construção das
residências quando então chegariam as nossas famílias, o que ocorreu a partir
de outubro de 1979.
Trabalhava-se duro durante a
semana, comia-se muita poeira mas nos fins de semana, ou seja, na quinta-feira após
o expediente e na sexta-feira, a república
parecia um clube, animadíssimo: festa direto.
Depois das 18 horas, acendia-se a
churrasqueira para o churrasco (com carne importada da Austrália, ou Nova Zelândia) ou o fogão para uma galinhada, um peixe (dos rios Tigre ou Eufrates) ou qualquer outra opção que viria a ser o
pivô da festa. Surgiam violão, pandeiro (o meu), atabaque e outros instrumentos improvisados. A noite
seguia alegre, descontraída e eventualmente recebíamos rapazes vizinhos –nativos- que dançavam e rebolavam desajeitadamente,
contagiados, tentando nos imitar no
samba.
A bem da verdade, a despensa e as
geladeiras da república viviam fartamente
abastecidas de carnes –exceto de porco-, legumes e demais alimentos, além de cervejas (da Bélgica) uísques (da Escócia) e refrigerantes nativos.
Vez em quando, para fugir da
rotina íamos até Habanya, um complexo
turístico próximo a Bagdá, assunto de outra crônica.
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Quinta-feira: corresponde ao Sábado no calendário muçulmano e trabalhávamos até as 17:00 h.
Sexta-feira : era o Domingo.
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