quarta-feira, 26 de junho de 2013


À MARGEM DO RIO EUFRATES   -    CRÔNICAS

-09-

RAMADI


Pertencente à província de Al Anbar, Ramadi dista cerca de 70 kms do Acampamento Central (Km 215) que, na ocasião,  estava em fase de obras.  Era uma cidade de médio porte, talvez 200 mil habitantes. Lá ficava o escritório de apoio  e também a república que hospedava funcionários brasileiros de níveis superior e técnico. A  maioria aguardando o final de construção das residências quando então chegariam as nossas famílias, o que ocorreu a partir de outubro de 1979.

Trabalhava-se duro durante a semana, comia-se muita poeira mas nos fins de semana, ou seja, na quinta-feira após o expediente  e na sexta-feira,  a república parecia um clube, animadíssimo: festa direto.

Depois das 18 horas, acendia-se a churrasqueira para o churrasco (com carne importada da Austrália, ou Nova Zelândia)  ou o fogão para  uma galinhada,  um peixe (dos rios Tigre ou Eufrates) ou qualquer outra opção que viria a ser o pivô da festa. Surgiam  violão,  pandeiro (o meu),  atabaque  e outros instrumentos improvisados. A noite seguia alegre, descontraída e eventualmente recebíamos rapazes vizinhos –nativos-  que dançavam e rebolavam desajeitadamente, contagiados, tentando nos imitar  no samba.

A bem da verdade, a despensa e as geladeiras da república viviam fartamente abastecidas de carnes –exceto de porco-, legumes e demais alimentos, além de cervejas (da Bélgica) uísques (da Escócia) e refrigerantes nativos.

Vez em quando, para fugir da rotina íamos até  Habanya, um complexo turístico próximo a Bagdá, assunto de outra crônica.


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Quinta-feira: corresponde ao Sábado no calendário muçulmano e  trabalhávamos até as 17:00 h.

Sexta-feira  : era o Domingo.

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