domingo, 30 de junho de 2013


À MARGEM DO RIO EUFRATES - CRÔNICAS

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 MOSUL

Durante o tempo em que moramos no Iraque, viajamos duas vezes à região curda. O primeiro dos passeios foi a Mosul junto com outras famílias, quando utilizamos um ônibus da empresa. Era Outono e não estava demasiado frio, só o suficiente para usar roupas de média estação.

A  cidade de Mosul, no Norte do país quase fronteira com a Turquia,  localiza-se numa região montanhosa de  altitude próxima  a 2.000 m, podendo atingir até 12 graus negativos nos meses de inverno (dezembro a fevereiro). Lá vivem os Curdos que há tempos lutam por sua emancipação.

Muitas das  habitações são encravadas nas rochas e é comum utilizarem cavernas como moradia,  devidamente adaptadas e mobiliadas.

Depois de cruzar o Rio Eufrates e avançar pelo deserto seguimos rumo às montanhas. Ao longo da viagem passamos por Tik-Rit, terra de Sadan Hussein, cruzamos o segundo rio, o Tigre, e fomos atravessando pequenas aldeias com suas cavernas-casas encravadas  nas pedras,       dotadas de portas e janelas. Tudo muito exótico, a começar pelos trajes: as mulheres, em vez de  abahias usavam roupas   coloridas, remetendo às  conhecidas ciganas;  os homens com calças largas, fundilhos baixos, tipo bombachas de nossos gaúchos. Aqui e ali  podia-se avistar uma mulher de burka.

Chegando em Mosul jà noite alta fomos procurar um hotel. Encontramos algo bem simples no centro  da cidade.  Lotado. A solução, por gentileza da gerência, foi nos acomodar num grande salão com colchonetes, padrão de hospedagem tão comum em nossa terra, nos aluguéis por temporada para grupos de excursão.

No jantar foram servidos, como única opção, frango assado e o conhecido pão árabe (apelidado pela obra como orelha de elefante) consumidos com as mãos;  nada de talheres! Apesar das reclamações salvaram-se todos. Uma experiência a mais.

Durante o retorno,  próximo ao rio Tigre e ainda na região de Mosul, visitamos Nimrud, antiga capital do Império de Assíria. Nimrud fora descrita como a cidade bíblica de nome Calahon Kalakh no 9º século a.C. no reino do Rei Ashumasipae II.  O seu palácio é decorado com uma coleção fabulosa de obras religiosas  e reza a lenda que no túmulo da Rainha  Sari foram encontradas centenas de joias de ouro e pedras preciosas. Todas as inscrições nos paredões do palácio são em escrita cuneiforme.  As altas muralhas que circundam a cidade têm cerca de 8 km de extensão.

Adentra-se ao palácio por duas entradas, entre touros com cabeças humanas ou leões com asas de falcão. Tais esculturas, magníficas, eram consideradas como guardas da cidade. 


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Abahia -  Roupa preta, feminina, comprida até os pés.

Burka – Idem  cobrindo totalmente a cabeça da mulher.

   

    


   NÍNIVE - MOSUL Imagem extraída p/ Google.

ASSIRIA  - FOTOS DO INTERIOR DO CASTELO

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