quinta-feira, 6 de junho de 2013

DO MORRO DA GUIA...

23 - O RETORNO

Surgiu um automóvel que daria carona só para uma pessoa. O Lauro ganhou no par ou ímpar e seguiu viagem. Dividimos a pouca grana e combinamos local de encontro em Mendoza. 30 minutos depois veio outro carro com o mesmo problema: só uma carona. Venci a disputa. No trajeto, ultrapassamos o carro em que o Lauro viajava e nos acenamos. Em uma parada para descanso, enquanto o casal fazia a siesta e roncava,  atualizei  as anotações.  Viagem tranquila. O casal deixou-me à porta da Residência Estudantil como havíamos combinado. A mochila do Lauro lá estava.
Faltava chegar o Carlos. Resolvemos sair para visitar uma  bodega (fábrica de vinho) ali perto.  A Bodega  de nome Arízio dá-se o ao luxo de ter 12 hectares de área de fábrica, sem contar  o espaço subterrâneo, com ruas enormes, sinalizadas,  no subsolo. Depois de 2 horas percorrendo as instalações, provamos vários tipos de vinho. Na volta esnobamos um taxi (!).  (andarilho quando pega taxi, das duas uma: está deprimido ou muito feliz). Estávamos na segunda opção. 
O Carlão já nos esperava e se lastimou por ter perdido a degustação dos  vinhos. Na cantina do Club Universitário consegui uns sanduiches de bife à milanesa com nossos amigos cozinheiros (Lembrei do Telmo Mesquita, o Barãoem casa estranha faça amizade com a cozinheira...). 
Depois disso, armamos uma roda de samba. Do nada, surgiu uma estudante e nos convidou para uma festa, aceita sem pestanejar, e que  terminou às 2 da manhã. “Até amanhã, se Deus quizer...se não chover, eu volto...”, cantávamos pelas calçadas de Mendoza, a linda capital do vinho. Era o nosso adeus à magnífica Cordilheira dos Andes.  Horas depois, saíamos em direção à Córdoba, terra do nosso amigo Estevan Vallor.
Pegamos a Ruta 7, rumo a San Luís, voltando por outro roteiro, mais ao Norte. Às 14:00h  descansávamos sentados num restaurante de beira de estrada à espera de um assado.  Da cozinha vinha um cheirinho provocativo. Até aquele lugarejo fizéramos apenas 60 km.   Ontem, sábado,  enfiados nos  sacos de dormir, pernoitamos num anexo do restaurante que estava em obras e o gerente não cobrou pelo churrasco, depois de demostrarmos a nossa música.  Pagamos só o vinho.  Nem o café da manhã o  cara do restaurante não nos cobrou. Mais um “louco manso” que encontramos.  
Pegamos pequenas caronas até chegar a um grande posto de gasolina. Almoçamos “mondongos” (dobradinha) e prosseguimos. À tarde, um Buick caindo aos pedaços nos levou até Villa Mercedes; se não fossem os pneus carecas ele afirmava nos levar até a fronteira com o Brasil. Desconfiamos que levasse contrabando ou, no mínimo, sem documentos... Não podia avistar um policial; surgia um policial e ele dobrava a esquina. Ao pedir que nos deixasse próximo a uma Delegacia, respondeu que “... em frente, não... na outra quadra”. Um bom papo, divertidíssimo.



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