DO MORRO DA GUIA...
16 - AINDA NO RUMO DE MENDOZA
Levantamos às 06:00h. No caminho para o asfalto entramos numa
padaria e pedimos trabalho em troca de pães. Nem foi preciso insistir...
Carregamos um furgão de pães quentinhos, saídos do forno.. Saímos da panaderia cheio de pães e uma lata de
leite em pó, onde acrescentamos o mel. Uma felicidade só.
Logo em seguida, em um posto de gasolina, topamos com o jovem
senhor do Stock-car. Ficou surpreso.
- Ainda por aqui...?
- É... a estrada tem pouco movimento.
- Para onde querem ir?
- General Villegas... encontrar a Ruta 108.
- Tenho uns negócios a resolver lá p’ra aquelas bandas...
Entrem.
Chegando na Rodovia 108 nos colocamos num cruzamento de
acesso ao centro da cidade. Eram 13:00h. Almoçamos pão com mel. Ventava que nem
Cabo Frio nos meses de agosto. No outro lado da estrada parou um caminhão num
posto de gasolina. Pedimos carona ao motorista que ficou de pensar... Minutos
depois fez sinal e subimos à carroceria. Seguimos até um lugarejo de nome
Realicó e aguardamos o caminhão voltar para afinal seguir o nosso rumo.
Realmente ele voltou carregado e pulamos para cima da carga de vergalhões,
arrumados em forma de 8 (oito), bastante desconfortável. Depois de 3 horas de
estrada paramos para jantar. Tomamos sopa e enchemos os bolsos com o pão que
sobrara na mesa; o motorista patrocinou o vinho. Nesse intervalo, atualizei as anotações. Tempo depois, paramos num
acostamento. Entramos nos sacos de
dormir e nos precavemos sob o encerado pois o tempo ameaçava chuva. Acordamos
de madrugada com o carro em movimento. Amanhecia e de longe víamos a
espetacular Cordilheira dos Andes, a
etapa final da viagem.
San Rafael. As
fábricas apitavam efusivamente (não era para nós...)liberando os funcionários
para o almoço, o que abria nosso apetite. A cidade tinha um bom austral e muita
luminosidade. Tão convidativa que logo pensamos em ficar por um dia. Na caminhada até o centro avistamos a Igreja
de San Rafael, o padroeiro, e nos
animamos a falar com o vigário que, por sorte, morava ao lado, na casa
paroquial. Mostrando os documentos, principalmente as carteiras da ACM, o padre
simpaticíssimo, indagou se não gostaríamos de tomar uma ducha, antes de almoçar...(por
certo a nossa aparência não era grande coisa...). Perguntamos sobre algum serviço a fazer mas
estava tudo OK. Minutos depois, volta o
vigário desculpando-se pela fraca refeição: sopa de legumes, talharim, salada,
pão e... vejam só, VINHO! (“Pôxa seu
Padre, tás brincando...?”). Excelente acolhida.
Abraços e agradecimentos, mochilas às costas e, ... rumo a Mendoza.
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