DO MORRO DA GUIA...
15 - RUMO A MENDOZA
08/10. Levantamos às
04:30h e o Roberto –irmão da Betina- nos levou até o princípio da Ruta 7que vai
até Mendoza. De lá, iríamos partir para a nossa derradeira etapa, o Chile. A
primeira carona foi de um furgão de
entrega de pães e que nos deixou 15km a frente; no desembarque o motorista, um
senhorzinho bonachão e bochechas vermelhas nos presenteou com uma dezena de
pães sortidos. Bem adiante, em Lujan, compramos mel caseiro e lembramos de Bob;
ele nos ensinara que pão e mel valia como uma refeição. À partir daí, assumimos
essa dieta por vários dias. Um dono de mercearia reconheceu a bandeira
brasileira espetada na mochila do Lauro e nos convidou para prosear. Tomamos
café –brasileiro- enquanto matávamos sua
curiosidade sobre o Brasil. No
despedida, nos convidou a ficar na cidade que ele providenciaria uma parrilada para nos homenagear. Combinamos que se não conseguíssemos carona ,
retornaríamos ao seu encontro. Não voltamos.
Lujan pertence à Província de Buenos Ayres. Cidade pequena e
com uma atração peculiar, sua basílica; embora não seja gótico autêntico a sua
arquitetura prendia a nossa atenção. Conhecida por seus milagres, nos passeios
e ruas impera o comércio de santinhos com o infalível “Lembrança de Lujan”. Remetia à nossa Aparecida do Norte., em São
Paulo.
Na saída da cidade, rumo ao Norte, pusemos as mochilas no
acostamento, sentamo-nos no corrimão de uma ponte e para passar o tempo,
cantávamos acompanhados só com o pandeiro. Dez minutos, e logo uma camionete
nos alçou e viajamos uns 30 km adiante. Lá se fora a parrilada. Repetimos a
operação “cantar um samba” e minutos depois um Torino modelo stock car deu uma freada arrastando os
pneus. Voamos à 180km/hora. O piloto? Um “coroa” cinquentão, jovial, fumando
seu cachimbo tranquilamente.
Atravessamos a cidade de Junin e chegamos em Lincoln. Outra
vez as mochilas na beira do asfalto e um de nós, sempre revezando, apontava o polegar
para a direita. Dizia-se “hacer dedo”
. Na verdade, dessa vez, ficamos haciendo
dedo durante mais de 3 horas..até que um engenheiro nos levou ao centro da cidade, onde procuramos a
Delegacia e conseguimos hospedagem. O engenheiro chegou a nos convidar a ir ao
seu hotel tomar uma ducha. Seria gay? Chegamos a pensar. Depois de deixar as mochilas na Delegacia
fomos ao hotel. Conversamos sobre a aventura, tomamos uns drinques e (não, não era gay...) a seu
convite jantamos. Era apenas um homem culto, interessado nas curiosidades de
nossa viagem de caronas. Eram 23:00h e fomos pernoitar; na Delegacia porém, livres!
Continua...
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