domingo, 2 de junho de 2013

DO MORRO DA GUIA...

15 - RUMO A MENDOZA

08/10.  Levantamos às 04:30h e o Roberto –irmão da Betina- nos levou até o princípio da Ruta 7que vai até Mendoza. De lá, iríamos partir para a nossa derradeira etapa, o Chile. A primeira carona foi de  um furgão de entrega de pães e que nos deixou 15km a frente; no desembarque o motorista, um senhorzinho bonachão e bochechas vermelhas nos presenteou com uma dezena de pães sortidos. Bem adiante, em Lujan, compramos mel caseiro e lembramos de Bob; ele nos ensinara que pão e mel valia como uma refeição. À partir daí, assumimos essa dieta por vários dias. Um dono de mercearia reconheceu a bandeira brasileira espetada na mochila do Lauro e nos convidou para prosear. Tomamos café –brasileiro-  enquanto matávamos sua curiosidade sobre o Brasil.  No despedida, nos convidou a ficar na cidade que ele providenciaria uma parrilada para nos homenagear.  Combinamos que se não conseguíssemos carona , retornaríamos ao seu encontro. Não voltamos.
Lujan pertence à Província de Buenos Ayres. Cidade pequena e com uma atração peculiar, sua basílica; embora não seja gótico autêntico a sua arquitetura prendia a nossa atenção. Conhecida por seus milagres, nos passeios e ruas impera o comércio de santinhos com o infalível “Lembrança de Lujan”.  Remetia à nossa Aparecida do Norte., em São Paulo.
Na saída da cidade, rumo ao Norte, pusemos as mochilas no acostamento, sentamo-nos no corrimão de uma ponte e para passar o tempo, cantávamos acompanhados só com o pandeiro. Dez minutos, e logo uma camionete nos alçou e viajamos uns 30 km adiante. Lá se fora a parrilada.  Repetimos a operação “cantar um samba” e minutos depois um Torino modelo stock car deu uma freada arrastando os pneus. Voamos à 180km/hora. O piloto? Um “coroa” cinquentão, jovial, fumando seu cachimbo tranquilamente.
Atravessamos a cidade de Junin e chegamos em Lincoln. Outra vez as mochilas na beira do asfalto e um de nós, sempre revezando, apontava o polegar para a direita. Dizia-se “hacer dedo” . Na verdade, dessa vez, ficamos haciendo dedo durante mais de 3 horas..até que um engenheiro nos levou  ao centro da cidade, onde procuramos a Delegacia e conseguimos hospedagem. O engenheiro chegou a nos convidar a ir ao seu hotel tomar uma ducha. Seria gay? Chegamos a pensar.  Depois de deixar as mochilas na Delegacia fomos ao hotel. Conversamos sobre a aventura, tomamos uns drinques e  (não, não era gay...)   a seu convite jantamos. Era apenas um homem culto, interessado nas curiosidades de nossa viagem de caronas. Eram 23:00h e fomos pernoitar; na Delegacia  porém,  livres!
                                                                                                                                      Continua...


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