DO MORRO DA GUIA...
18 - O SAMBA EM MENDOZA
O sábado foi agitado; andando daqui pra lá e vice-versa. TV,
boate, entrevista, boate, ensaio e TV... Ficamos imaginando o ritmo louco de
cantores profissionais e outros artistas,
em geral; mas, finalmente veio a noite.
Às 22:00h chegamos à “Confiteria G7” onde faríamos uma
apresentação. Ambiente fino, com a nata da sociedade local presente. Nós, bem!,
nós vestíamos os indefectíveis jeans e camisas floridas. À espera da hora de
entrarmos em cena, nos aquecíamos bebericando uns ginebras e uns uisquezinhos. Chegou o momento. Subimos ao terraço,
e enquanto o apresentador anunciava “Los imperadores del samba”, descemos a
escada em caracol e que findava no centro do salão. A descida foi com o samba
em tamanha cadência que nós próprios nos empolgamos e emocionamos com os aplausos. Parecia estar a
frente do Bloco da Rama. Vez em quando um gritava “firma ponto” até que,
silêncio...
“Segura esse samba, não deixa cair...
...Ogum Nhê... Ogum Nhê...!”
Com o repertório restrito foi preciso apelar para músicas de
carnaval. Aí o ambiente ferveu e o povo começou a se mexer. E aconteceram
coisas imprevistas, tipo, o Lauro furar o tamborim com o cotovelo; o pandeiro, depois de uma estrepolia, escapou
de minha mão e foi ao chão, e outras coisitas mais. Mas tudo deu certo e nos
salvamos todos. E voltamos ao salão
outras vezes para dar continuidade ao carnaval.
Fomos dormir lá pras 6:00 da manhã. O cachê? Ora, a despesa no bar
ultrapassou o valor contratado...
Domingo. Passamos toda a manhã nos divertindo, gozando um ao
outro pelas gafes cometidas. Durante o almoço, o produtor do programa de TV foi
à nossa procura e nos levou para o Canal 7, programa “Juventude Século XX”.
Diante das câmeras a apresentadora –Marta
Suzana- depois de algumas perguntas relativas
à aventura, nos pediu para
mostrar como os brasileños dançavam o
samba. Antológico: Pela primeira vez na
história do samba tocou-se um tamborim com o couro remendado com esparadrapo. E recebemos o cachê de 300 pesos
por 15 minutos. Exultamos!
No centro da cidade algumas pessoas nos reconheciam e cumprimentavam; as crianças,
principalmente. Na 2ª Feira, após o almoço, saímos com umas
meninas e visitamos um parque com muito verde, e muito tranquilo. Uma das
garotas levara um violão e passamos a tarde namoricando e ouvindo músicas do
folclore argentino.
Continua...
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