terça-feira, 25 de junho de 2013

À MARGEM DO RIO EUFRATES -    CRÔNICAS

-06-
A CORDIALIDADE IRAQUIANA



Vez ou outra, nos fins de semana, saíamos do Acampamento, caminhando pelos arredores,  observando os povoados vizinhos. Atravessando o Eufrates por uma ponte rústica  antiquíssima, alcançava-se uma  pequena aldeia. Ali podíamos ver casas feitas de barro assemelhando-se às nossas casas caipiras, de pau-a-pique. No quintal  crianças sorridentes, cabritos e galinhas.

Certa tarde, voltando  da caminhada,  adentramos um povoado e para nossa surpresa fomos, eu e família, gentilmente convidados por um morador a entrar em sua casa.  E foi o que fizemos: Sentamo-nos em almofadas no tapete da sala e ancorados  na mímica e  troca de sorrisos, fomos servidos de maia e chai.  Ficamos um longo e agradável  tempo conversando:

-  “Ana brasili mas esta filha aqui tem nome árabe: Samira”.
- “Samira? Samira?!” Admirados,   a conversa destravou e seguiu animada com os recursos possíveis: aqui uma palavra em inglês, ali outra  em português  e mais adiante uma em árabe;  e assim, entre silêncios e sorrisos, as emoções eram transmitidas, com base na mímica, deduções, olhares e tom de voz.  

Lá fora, no quintal, as crianças ignorando diferenças étnicas e  idiomáticas  se divertiam correndo atrás de cabras e galinhas.

Antes das despedidas  a dona da casa ainda trouxe uma bandeja com coalhada de leite de cabra,  pão, tâmaras  e ...mais chá. O chá equivale  ao nosso cafezinho  oferecido  às visitas.

Uma casa humilde.  Uma família  cordial. Uma tarde para não esquecer.


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Maia : Água
Chai : Chá
Ana brasili:  “Sou brasileiro”.


                                                                        Continua...

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