DO MORRO DA GUIA...
17 - MENDOZA
Geralmente, para sair do centro de cidades é complicado conseguir carona mas
no Norte da Argentina é tão comum esse recurso que, ao pararmos para descansar
e “hacer dedo” uma colegial nos avisou que ali não era um bom lugar. E enquanto
ela nos orientava, parou um picape Ford e embarcamos. Ainda a vimos acenando e
rindo. Ela esquecera que o non sense acompanha os mochileiros.
Em menos de três horas estávamos chegando em Mendonza, terra
do bom vinho. Cidade que fora destruída por um terremoto na década de 1930,
agora só tem casas bonitas. Descendo no Automóvel Club procuramos o
Departamento de Turismo a fim de colher informações e mapas da Cordilheira. A
conselho de alguns estudantes fomos ao Hogar e Club Universitário. O secretário
do Club nos surpreendeu: atendeu-nos fria e secamente, sendo que ao final nos
deu autorização para as refeições da semana. Estendendo a surpresa, ligou para
a Residência Estudantil e conseguiu também acomodações. Provou que a primeira impressão nem sempre
vale.
Devidamente alojados, banhados e de roupa limpa, voltamos ao
Dpto. de Turismo para conhecer gente e
conversar um pouco. Lá, ficamos sabendo de uma festa para o dia seguinte, numa
boate, e que seria organizada por eles, estudantes de medicina. Após cantar e
mostrar fotos, medalhas e prêmios .da TV portenha, fomos levados à presença de
um jovem da Comissão Organizadora. É chato ser artista... Fomos contratados
para a festa.
Jantar. Fomos ao refeitório do Club Universitário onde a
refeição, bastante razoável, variada e
com sobremesa, custava ao estudante o pequeno valor de NCr$ 1,00. Na saída do
refeitório, um rapaz apresentou-se como
produtor de um programa dedicado aos
jovens, na TV local. Ficou agendada
entrevista e uma apresentação do trio. Como este rapaz nos descobriu foi um
mistério. Frente aos bares e confiterias, nas calçadas, muita gente a
beber suas copas de viño. Naquele
momento, estávamos duros e fomos dormir. Quem sabe, dia seguinte, seríamos
astros de TV e nos sentaríamos, com certeza, naquelas mesas...?
11/10, 6ª Feira. Pela manhã: lavagem de roupas, conserto e
remendos e limpeza nas mochilas e calçados. À tarde, passeando pelas ruas,
observamos a limpeza, a sinalização e organização de informações. Tudo que um
turista precisa para descansar ou se divertir. Um bom leque de opções: desde os
esportes de inverno às pitorescas bodegas. Mendoza é também conhecida como a
capital do vinho e, sem nos arvoramos em
somelier, foi lá que saboreamos o
melhor vinho argentino.
Continua...
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