DO MORRO DA GUIA...
26 - E O SAMBA CONTINUA...
Fizéramos jus aos 9.000 pesos. Ao final da noite de ontem estávamos integrados
e interagindo ativamente com a plateia,
dançando e flertando com as garotas.
No sábado, o Estevan nos apresentou a um casal maravilhoso. Moravam no
Rio Cavallos, um belo recanto, tranquilo, nas serras cordobezas. Doe e Shila, descendentes de ingleses construíram,
eles próprios, a casa simples e
acolhedora. E durante toda a tarde ficamos a “charlar” um prosa
descompromissada, tomando um bom chá a moda britânica. Mostramos também a nova
música a ser apresentada, à noite. Seria
a despedida do El Buho.
Após o jantar, na boate, ensaiamos mais um pouco. Desta vez o
Estevan compareceu, junto com a sua esposa, para nos prestigiar e rir. Rir
muito. O ambiente não estava propício
para samba: os poucos casais presentes transmitiam ar de romance. Já era tarde quando convencemos o gerente
para entrarmos em cena; nem que fosse
para uma única música. Nossos motores vinham se aquecendo desde as 22:00h.
Surgiu uma série de improvisos. Na música “Berimbau” eu
deveria declamar a primeira parte, enquanto o Carlão solfejava um coro. Depois, o Lauro e eu simularíamos uma
capoeira. Pois bem, esqueci a parte falada e para não criar um vazio improvisei
umas falas, enaltecendo as belezas de nossas praias. O Carlão, de cabeça baixa,
não segurou a onda e riu baixinho, cantando –rápido- coisas estranhas, fora do combinado. Nós, então, iniciamos um misto de capoeira
com rock mas, decididamente, o número
que mais agradou foi a “macumba” criada de improviso. O Carlos entrou num
transe estremecendo-se e chegando a
tocar com a nuca no chão. Eu, deixando o pandeiro na pista, circulava de
joelhos em sua volta. Era o santo que baixava ou o uísque que subia. Ou os
dois. Incrível foi a ovação que sucedeu à essa maluquice e que provocou nosso
retorno à pista. Coisa de doido!
Dia seguinte, domingo, a parte da manhã foi dedicada às lembranças
dos improvisos e micos. O Estevan e sua mulher Porota riam de cair da
cadeira. Na 2ª Feira, fomos ao apartamento de um colega de faculdade do Estevan. Outra pequena
farra. Um outro amigo presente –Hugo- ficou fascinado com a nossa aventura e já
fazia planos para nos acompanhar; queria trancar a matrícula na faculdade e
seguir conosco. Deu trabalho convencê-lo a mudar de ideia. Na 3ª Feira, o nosso amigo argentino reuniu
um grupo de colegas professores com a finalidade de angariarmos mais alguma
grana para a viagem de volta. Gente nas cadeiras, mesas, no chão e janelas.
Divertimo-nos a valer, interagindo com todos. Estava perfeito mas o dinheiro,
na verdade, não compareceu. A pedidos,
ensinamos as meninas a dançar o samba e a mais algumas peraltices brasileñas.
Dia seguinte, após o almoço,
partiríamos.
Continua...
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