CASOS
Viagem/Pesadelo
O meu pai voltava de Niterói quando foi acometido de forte cólica
intestinal. Era final da década de 1950;
como o ônibus não dispunha de toalete, a
estrada era deserta, não havia comércios como hoje, ele teve que pedir ao
motorista que parasse o carro pelo amor
de Deus... Desceu e aliviou-se numa
moita qualquer.
Um vexame.
Mas não ficou só nisso. O ônibus
teve que parar diversas vezes e sempre que ele retornava das visitas ao mato
era alvo de olhares e risinhos. Assim transcorreu a
viagem-pesadelo.
Até que finalmente chegaram ao Baixo Grande. O meu pai
desembarcou e dirigiu-se a venda de
seu compadre Zeca, pai de Nilvonil Carriço, na
Ponta do Ambrósio.
- Compadre, estou passando mal.
Suplicou lívido, paralisado, pernas travadas segurando a tragédia. “Onde
é o sanitário... ?”
- Pule o balcão... é logo à esquerda.
- Como vou pular o balcão... ? Perguntou
papai e já emendando de prima...: esquece, precisa não... Onde é o chuveiro...?
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