domingo, 9 de junho de 2013

CASOS

Viagem/Pesadelo


O meu pai voltava de  Niterói quando foi acometido de forte cólica intestinal. Era final da década  de 1950; como o ônibus não dispunha de toalete,  a estrada era deserta, não havia comércios como hoje, ele teve que pedir ao motorista que parasse o carro pelo amor de Deus...  Desceu e aliviou-se numa moita qualquer.
Um vexame.

Mas não ficou só nisso. O ônibus teve que parar diversas vezes e sempre que ele retornava das visitas ao mato era alvo de  olhares  e risinhos. Assim transcorreu a viagem-pesadelo.

Até que finalmente  chegaram ao Baixo Grande. O meu pai desembarcou e dirigiu-se a venda de seu compadre Zeca, pai de Nilvonil Carriço,   na Ponta do Ambrósio.

- Compadre, estou passando mal.  Suplicou lívido, paralisado, pernas travadas segurando a tragédia. “Onde é o sanitário... ?”

- Pule o balcão... é logo à esquerda.

- Como vou pular o balcão... ?  Perguntou papai e já emendando de prima...:    esquece, precisa não...    Onde é o chuveiro...?

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