quarta-feira, 5 de junho de 2013


POESIA A ESSA HORA...


NA MISSA

Como tremiam suas mãos
na missa
durante a longa oração,
seu corpo frágil, 
viúvo 
quase não suportou
a genuflexão;
só agora pude ver o quanto está cansada.

E as lágrimas...
de onde vieram tantas?
da saudade do ontem 
ou da amargura do hoje?
Não sei;
só agora pude ver o quanto ela  amava.

Cansada de tudo
e à espera do nada
não mais se zanga
e tampouco se irrita;
alienadamente olha de modo sombrio
e quando aparece um sorriso
é sorriso de inverno,
sorriso frio...
Como esta só, a minha pobre mãe.

JPC -1967



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