À MARGEM DO RIO EUFRATES - CRÔNICAS
12 – ARBIL (ou ERBIL)
Na segunda viagem às montanhas o
destino foi Arbil, a Leste, mais para o lado do Irã, na ocasião em guerra com o
Iraque, sendo que o conflito situava-se no extremo sul do país e, portanto, sem problemas conosco. Era
inverno e a temperatura baixava a cada quilômetro percorrido; fomos de carro -um
valente Nissan- e éramos apenas minha
família e a de um amigo vizinho. Dessa vez passamos por Sulaymainya, pequena
cidade fronteiriça ao país inimigo, com a estrada seguindo rente às cercas de
arame farpado, tanques e bases de lançamento de mísseis. Aqui e ali topava-se com rigorosas fiscalizações ou inspeções
militares.
Hospedamo-nos num hotel moderno, com
cabanas de fibra de vidro, de razoável
conforto, com espaços exíguos mas de
muita praticidade, construído e
administrado por suecos, ou noruegueses, não lembro. O aquecimento era
perfeito e decididamente indispensável,
uma vez que a temperatura à noite atingia de 10 a 12 graus negativos. Mesmo assim, durante o dia, do lado externo do
hotel as crianças brincaram e fizeram os indefectíveis bonecos de neve.
Nessa viagem, fomos visitar um
velho Monastério cristão situado na
Província de Nínive, região bíblica, antigo Estado Assírio. O local, em ruínas, conhecido como Mosteiro de Vol Elias ainda mantinha um frade de origem francesa, com o qual mantivemos alguns diálogos, em busca de informações históricas..
Os tetos dos corredores e demais
cômodos de vãos imensos formavam
abóbodas, feitas de tijolos, de modo simples, sem estruturas de escoramento, tais como os nossos pequenos fornos de carvão, e que formavam desenhos típicos da arquitetura assíria. Portas
pesadíssimas e fechaduras com chaves gigantescas
fora dos padrões convencionais.
Na volta, atravessamos a região curda, de grande beleza e exotismo. Uma pena o
complicado e interminável problema das etnias e as contínuas guerras com o
próprio país, em busca de emancipação.
ARBIL
ARBIL
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