POESIA A ESSA HORA...?
A PENSÃO BEIRA-MAR
No meu chão interior
repisando a rua desarborizada
sinto a poeira levantada
por ônibus
apressados
na rua ...mais tarde, Boulevard.
Nos temporais a ingenuidade brincava
nas poças d’água.
Triste: não havia flamboyans
na rua Major Belegard.
De frente, a lagoa deslizava zombeteira
- não era mar e nem beirava-
mas a pensão de meu pai
chamava-se Beira-mar.
Agora,
as crianças, preocupadas,
enrugadas,
dispersaram-se por aí...
e na madrugada já não passam pelo beco
os indefectíveis
e notívagos bois.
Onde havia uma pensão, vê-se neons e fumês.
Persistem lá, no muito longe,
risadas e meninos
de faces coradas,
e a única amendoeira
de onde pardais,
displicentes,
faziam seu cocozinho
nos carros dos hóspedes.
JPC
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