domingo, 14 de julho de 2013


À MARGEM DO RIO EUFRATES - Crônicas
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O OURIÇO E O  CACHORRO DO DESERTO - Dois mascotes.




Na foto, o meu filho Kiko com o ouriço


No Acampamento Central, nas horas de folga as crianças eram livres para brincar próximo às casas, uma vez que havia pouco trânsito e era totalmente seguro. Lembrava  a minha criancice quando brincava nas ruas de Cabo Frio, jogando bola de gude, futebol ou simplesmente c brincando de Soldado e Ladrão, na praça Porto Rocha. Havia liberdade  e segurança.

Voltando ao Iraque: numa dessas brincadeiras, em uma área apelidada de buracão meu filho Claudio –Kiko- então com nove anos, encontrou perto de nosso Porta-kamp (contêiner) um ouriço e o trouxe cuidadosamente para casa, literalmente cheio-de-dedos, pois o bicho é lotado de espinhos, sua defesa natural. O Espinhudo tornou-se o mascote da família. Alimentava-se de verduras e alguns legumes e tinha autorização para circular pelos cômodos da casa; se alguém se aproximava tentando pegá-lo defendia-se, encolhendo-se no feitio de uma bola e com os espinhos eriçados.  

Para nossa tristeza, principalmente as crianças, durou pouco:  ao viajar  durante um feriadão, deixando água e comida disponível, o Espenhudo  escalou   a parede de sua moradia e escafedeu-se deserto adentro.

O segundo mascote:  Em certa ocasião foram surgindo, aos magotes,  grande quantidade de cachorros do deserto, na verdade matilhas nômades. Eram fortes, bonitos e de bela pelagem. Lembravam lobos, especialmente pelo temperamento rebelde.

A nossa família, chegada a animais domésticos, logo decidiu e   assim  adotamos um filhote, de pelo negro e arrepiado  que se desenvolvia rápido  prometendo  tornar-se um animal de porte respeitável.

No entanto, a Administração da Obra, preocupada com a excessiva quantidade  de cães na Vila Residencial, e sem disponibilidade de vacinas anti-rábicas, proibiu a  criação dos  animais.

Foi motivo de muita alegria em nossa casa a breve presença  de Lobo.

- Maktub.  Estávamos destinados a não ter mascotes.

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