DO MORRO DA GUIA... ---
08 - CATARATAS DE FOZ DO IGUAÇU
Foz do Iguaçu. Pães, frutas e conservas em lata foi o lanche
que levamos para a caminhada até as Cataratas; a distância é de cerca de 28 Km,
e nós conseguimos apenas duas curtas caronas. O percurso dessa vez foi quase
todo feito a pé. A estrada pertence ao Parque Nacional de Iguaçu. È fechada,
com muito verde e com uma fauna variadíssima: vimos tucanos, macacos, capivaras
e principalmente borboletas (milhares) participando vivamente da ornamentação
do ambiente. A trilha foi extremamente cansativa porém a cena divinal que se
descortinou a nossa frente, fez com que esquecêssemos a estafa. Até nos levou a
cometer pequeno poema: Iguaçu.
Ruído eterno
de muitas dores
Soluço incansável
em busca imorredoura
Em borbotões, lá vai o rio e
Lado a lado vai o homem
Imitador na sua pressa e correria.
Distinguem-se não no choro , nem na
dor
Sim no rumo.
Homem ignora para onde correr
Rio marcha resoluto às cataratas
A mostrar beleza aos tolos.
JPC
Por ser período de baixa temporada, percorremos com
facilidade toda a área. O mais bonito e impressionante salto é sem dúvida o de
nome mais assustador: Garganta do Diabo. Para conhecê-lo melhor, decidimos
explorar o rio de perto, o que só foi possível porque estava baixo. Caminhando pelo seu leito
observamos o dito salto bem próximo, de baixo para cima. E nadamos em suas
águas geladas. Transparentes. A seguir
iniciamos a caminhada de volta à cidade. Tínhamos um bom preparo físico.
O turismo em Foz do Iguaçu, ao contrário de Guaira, era bem fomentado. Nas cataratas os caminhos eram limpos,
escadas e pontes seguras, sanitários públicos
bem cuidados e os elevadores com
turistas, na maioria, estrangeiros. Já
naquela época contamos vinte e seis agências de turismo. Em Cabo Frio, zero.
Mais um dia se foi. Estafante. Às 23:00h estávamos na cama,
numa pequena pensão.
25/09 – 4ª Feira. Pulamos cedo dos lençóis com os espíritos
preparados para enfrentar as surpresas do asfalto. Próxima meta Assunción, a capital guarani. Nos
encaminhamos à Prefeitura uma vez que o prefeito nos prometera conseguir
transporte. Eram quase 12:00h e nada. O homem
não aparecia. Lanchamos e voltamos. Nada. Eram 15:00h quando decidimos partir
ao encontro da sorte.
A poucos passos dali um caminhão com placa de Assuncion nos deu carona. Na Ponte
Internacional da Amizade que divide os dois países, carimbamos os passaportes.
Na verdade eram dispensáveis; a identidade seria suficiente. Só que a nossa
vontade era de inaugurá-los. Mandamos um “muchas gracias” ao funcionário da
alfândega e subimos à carroceria do caminhão carregado de pilhas elétricas.
Continua...
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