sexta-feira, 31 de maio de 2013

DO MORRO DA GUIA...
09 – PARAGUAI

Ainda bem que estávamos saudáveis, pois ao chegar de madrugada na capital paraguaia, o motorista nos pediu para ajudar no descarregamento. Quando terminamos, o “muchacho” nos levou a um lupanar onde tomamos uma rodada de cervejas. Eram 2:00 da manhã. As meninas de vida difícil se aproximavam perguntando “...donde vieram...? ...para onde van...?”  Mochilas às costas, partimos em busca de um canto tranquilo para dormir um pouco, não sem antes pegar  o registro do motorista em nosso Livro de Bordo, um expressivo cartão de visitas.
Num  banco de praça fomos acordados com um “Encantado... Yo soy hippy y...”.  de um rapazola argentino. Eram quase 3:00h. Argumentando cansaço adormecemos novamente, enquanto o jovem ficava de vigia. Um bom garoto. Mais tarde, às 6:00h nos despertou pois a sua turma da qual se desgarrara,  ia chegando. Duas meninas e outro rapaz . Uma das meninas, chilena, era conhecida do Lauro e foi um encontro festivo. Todos os quatro caracterizados como hippies. Depois das despedidas saímos à procura da sede da ACM (Associação Cristã de Moços) que em espanhol chama-se Associación Cristiana de Jóvenes.
Quando a ACJ abriu as portas fomos os primeiros a entrar. Identificados, tomamos uma boa ducha e trocamos de roupa. Agora, sim, estávamos  em condições de conversar com a direção do órgão. Uma conversa amigável mas o problema de primeira ordem persistia: a alimentação, já que a ACJ não possuía cantina. Poderíamos pernoitar o tempo que fosse necessário. A refeição desse primeiro dia foi patrocinado por um dos dirigentes. À tarde, contatamos um jornal identificado com as causas da juventude e demos uma entrevista, com fotos, a ser publicada semana seguinte.
No outro dia e os posteriores, percorremos residências a procura de trabalho em troca de comida. Sem sucesso. Os estômagos já davam sinal de vida quando uma menina assim, como diria, não muito magra, associada da ACJ nos trouxe uma panela com uma comida típica paraguaia. Ela estava caidinha pelo Carlão;  o Lauro e eu fazendo uma baita torcida para o namoro firmar. ...Ali estava a garantia de conhecer os pratos típicos, pô. O  paquerado  negou fogo alegando não gostar do porte físico da candidata. Não resolveu questionar: “...boniteza não põe mesa, cara...” A resposta era sempre  “Vocês viram a cinturinha dela...?”
Infelizmente o namoro não passou daquela caçarola.
Descobrimos uma festa de aniversário de uma  patrícia, à noitinha. E tivemos uma surpresa pois a família apenas falava português. Já absorvera os costumes locais. Onde já se viu festa de aniversário sem uma bebidinha?  Mesmo assim ficamos tipo adolescentes,  dançando rock  à base de refrigerantes... paraguaios!

                                                                                                                                      Continua... 










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