DO MORRO DA GUIA... --
07 - O SALTO DAS SETE
QUEDAS (Continuação)
Logo a frente veio a compensação por todo o esforço: uma
pequena cascata onde foi possível nos banhar e revigorar as forças.. Mais meia
hora sobre rochas escorregadias e chegamos ao Grupo 14. Conseguíramos! Um
espetáculo magnífico! Quase indescritível. Milhões e milhões de metros cúbicos
de água despencando pesadamente e provocando um ruído ensurdecedor. A espuma
efervescente emoldurava a tudo, tendo como fundo um arco-íris gigantesco, eterno.
Sentados em um platô, cara a cara com o Grupo 14,
permanecemos muito tempo em silêncio, abestalhados, sem saber o que admirar.
Cores? Ruídos? Neblina? Obra? Artista?
Como diria Sartre, "...as palavras perderam o sentido".
No retorno, para evitar o paredão de 90º, demos uma grande
volta e passamos por outra dificuldade. Saltar de uma rocha à outra cuja largura do abismo tinha cerca de 3 metros. Por
absoluta falta de espaço o salto teria que ser dado sem tomar impulso.
Salvaram-se todos. Atravessamos novamente dependurados no “laço” e depois de
desarmá-lo, prosseguimos até atingir o segundo desfiladeiro, aquele com cabos de aço e
a caixa de madeira. Na ida, ficáramos dentro da caixa, mas agora o Hermes
testava nossa coragem:
- Quem vai atravessar comigo, andando sobre os cabos?
- Todos!
O material –roldanas e cordas- foi colocado na caixa e fomos caminhando,
devagar, por sobre os cabos de aço, em
paralelo. Pisando no inferior e nos apoiando
no cabo de cima. E empurrando a caixa. Nós e
nossos anjos da guarda estávamos extenuados.
Chegando à cidade, fomos tomar umas caipiras. Merecidas.
Pouquíssimas pessoas conheceram esses lugares.
E não conhecerão jamais por conta do lago da Barragem de Itaipu.
Domingo. Na parte da manhã visitamos um museu de pássaros
empalhados e artigos típicos da região. Fomos à Casa de Turismo, idealizada e
dirigida pelo Ernesto Mann. Amante de
nossa terra e entusiasta como poucos pela natureza. Conversamos animadamente durante
horas. Na despedida fomos ofertados com um belo livro de registro e fotos do
Parque. À noite, fomos a um
baile de estudantes em um espaço
pitoresco e acolhedor. Dançamos e namoricamos com as nativas até altas horas. Dia
seguinte: despertar, arrumar as mochilas e almoçar rápido, foram providências
necessárias para alcançar o ônibus de volta a Foz do Iguaçu. A Casa de Turismo, de última hora, nos presenteara as passagens.
Continua...
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